sábado, 15 de maio de 2010

Like a puppet on the string

Já da mais velha harmonia o homem puxava a corda, puxava em vão tanta era a cegueira de seus dedos, descarnava qualquer senso de melodia, tirava ao instrumento a sua poesia, fazia dele seu bate-pedra, tronco oco que até o passar do ar por la melhor sabia tocar. O homem trocou o dedo, harmonia!?... Nem tão tarde nem tão cedo, trocou mais outro e outro e outro e quando uma mão não lhe chegou, com a outra acompanhou, achou-se grande cantou cordas com a boca à espera que o seu novo vocal torna-se algo menos...banal!?
Emaranhado pelas cordas seus dedos brincavam como fosse o jogo do torce elástico. O homem inventou a nota, maneira de saciar o ouvido, fé-la à imagem do dinheiro tanto o é que notas se roubam, notas se emprestam, notas se usam, de ganancia levam-te à ruína e de falta levam-te à rotina.
Viva a esta miséria, que nem a arte com mais pura liberdade e expressão nos livra de sua sede, até o buraco do mais fundo abismo deus fez à nossa semelhança, pobre alma depenada esta que os anjos em vão cantam.
Música o grito dos pobres, o silenciador de ricos e a morte dos invictos.

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