segunda-feira, 20 de abril de 2009

Dias de eterna noite, no use for a name.

Se me perguntarem o que é o amor, certamente não o saberei descrever, direi coisas tão parvas como, "o amor... o amor é um nariz, uns olhos, uns lábios, umas orelhas, um pouco de Ser à mistura q.b., tudo bem envolvido nos meus braços, tudo bem colhido e semeado, tudo aquilo que vejo vejo e adoro...". Não seria mais que alguém em pensar isto, sentiria-me tão banal como qualquer outro que gosta, mas com franqueza, já sabemos os horários nocturnos de hora a minuto, minuto a segundo, e nela... até os milésimos me marcaram, podemos ver a borga que por ali inundava. Naquela noite, por aqueles caminhos deixei o mudo, calei as bocas do mundo, por aqueles caminhos orei, a minha voz juntamente com as presses de uma noite por la ficaram abandonadas...
Acabou, acordei (ou julgara eu que sim) mas, estranhava o cheiro ser o mesmo, o meu toque continuar paralisado pelo rosto mais belo de sempre, meus ouvidos fecharam-se para o mundo, meus lábios um nome murmuravam, nu me deixaram com atitude pra que me cobrisse, e pouco dela sei usar, apenas sigo os paços que outrora ignorei descobrindo-me assim ao mundo.
Foi aquela noite que destes dias me fez morto por viver, desenterrado do buraco mais fundo onde o sentimento se encontrava em decomposição, na fila do crematório as chamas iam altas, até que...aquela noite a lua uivou por mim, trouxe me o pacto da vida em troca de baloiçar junto dela, assim aqueles cabelos escuros como a noite e brilhantes como estrelas, aqueles lábios devoradores de mundos, aquele olhar...ai aquele olhar, nem o espaço é tão infinito...
Ainda hoje, é aquele luar que dita meus dias, por mais belas constelações não existe ser algum que me dê um tão repleto luar.
Nunca compreenderam o que é o amor do modo que eu compreendo, morto por ele, nunca o viverei como vocês vivem, e duvido que o sol não vos tenha cegado... mas certamente saberão o que me dizer e eu terei para vos mostrar uma nudez no mais belo luar.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Starlight

Era noite festiva, com presença de encantar, se sabe como é esta longa cantiga, nunca acabei feliz, mas acabarei novamente a lamentar? Como convidado teremos estrelas cadentes, desejos por pedir e um chão molhado. Frio com certeza, casaco...não ira faltar, amor com firmeza, beijo...será que ela me o irá dar? Pois assim se anseia cheio de possíveis intuições, pois assim se deseja e não faltam intenções. Desejem sorte, pois um passo em falso é morte, desejem uma boa festa pois as estrelas convidarei se conseguir ter esta.

domingo, 12 de abril de 2009

Vindimas

Uma das muitas vezes, pelo caminho já decorado, rapaz tão ganancioso quanto a sede de seu pai, fazia-se servo frente à justiça da nota de "quinhentos paus".
Até entrar naquele chão peganhento de que meu pai chamava "néctar dos deuses", por curtos momentos pensava como Vénus ainda aguentava Baco...
Eu ilibava-o facilmente, preferia antes manjericar a maneira mais rápida de aliviar aqueles quinhentos paus do meu bolso, não havia outro pensamento que ocupa-se todas aquelas pedras da calçada que separavam a minha porta com a porta do "grande Olimpo". Até que...chegara o dia em que a suave mão de Vénus falhara o ponto no bolso roto, era a tragédia, pobre trabalhador, tanto tempo a descontar sola do sapato para agora sofrer da greve do trabalhador... nunca ele imaginara seu fim ali rastejando naquele chão tão "abençoado" entre aqueles pés tão metediços sem rumo nem fronteira, receado pelo peso do tempo, o chefe exigia os seus bagos tinto. Pobre rapaz, caminho pra casa fez todo de cabiz baixo envolto em nenhuma esperança só o de cor lhe dava caminho, até que...chocou...porte suficientemente imponente ao seu embate julgara que fosse mais um dos parquímetros a que nunca dara conta... Mas não este era diferente não roubava dinheiro, muito pelo contrario...
Chamava-se Rui, outro deus, tal como o rapaz, ansioso por aliviar seu bolso da maneira mais fácil. Ele disse-lhe "Rapaz por esse andar, por esse olhar...perdeste alguma coisa?" pelos pés adivinhava a sobriedade, nem uma pinga de peganhosidade naquele sapato engraxado, demasiado sóbrio talvez. Respondeu "Perdi, perdi meu vicio, encontrou?", focou bem o rapaz, pensou, pensou e repensou... "Não apenas encontrei o meu..."

sábado, 11 de abril de 2009

Imortal

Como ela sempre me disse "Parir é dor, criar é amor"

Obrigado.

"Nem tudo o que brilha é ouro"

Quando era pequeno, sentava me na praia, via o céu entre os "arranha céus" que me rodeavam, la estava ele, o sol, bem no meio, eixo de simetria do meu mundo, e tudo eram dias de sol. Um dia crexi, não sei bem como nem sei bem quando, mas aí comecei a questionar-me quem era e quem fora em busca do que viria a ser. Pois aí, outro sol nasceu, um sol que era mais que luz, um sol que sempre la estava e nunca morria, vivi devoto dele enquanto pude mas sempre demasiado humano para poder carregar um sol daqueles sem me queimar. Parti pra longe dele, deixei rasto, não quis perder o rumo de casa, assim longos tempos vivi olhando pro horizonte vendo ele de longe, enquanto isso as duvidas permaneciam enquanto por dentro apodrecia, corroido pela culpa que se instalava em mim, enquanto a podridão me subia à cabeça e mais além via tudo aquilo me acontecer, aquilo que eu gozara por aos outros acontecer, aquilo que eu mais desprezara...decidi mudar rumo com maos de mil soluções, cabeça de mil confusões, arrisquei cheio de certezas, nunca o convencimento foi tao ironico, stay gold dizia eu, stay gold morria eu, stay gold alcancei eu. E, entre tudo isto, revivi o meu sol, descobri de que era feita minha felicidade. Pressagios mudos por mim passavam e diziam "crexe e desaparece", tudo à minha volta morria, enquanto eu por dentro me matava, parei no tempo, foi um longo coma, até que vi que do passado mais nada tinha para viver, quanto mais desenterrei mais fantasmas surgiram, quanto mais me enterrei, mais eles me perseguiram.
Hoje, agora, aceito viver, condeno-me às surpresas do futuro. Sou aquilo que sou, fui aquilo que não queria ser, e serei aquilo que o meu sol ditar.

Do costume

Já se sabe por que cá venho, já tudo conhece minhas andanças, e eu, eu próprio cada vez mais me desconheço. Parti à descoberta de mim mesmo e tudo o que descobri foi que... Pois nem eu bem sei. Uma historia da noite interessante, contou que já alguém tentara ser conscientemente inconsciente, era um modo de vida "perfeito", e que como tal fracassou, sempre a lei da vida estabeleceu que o perfeito é inalcançável, não talvez a verdadeira perfeição mas a nossa verdadeira perfeição. Tudo isto pra dizer que eu consigo ser conscientemente inconsciente, talvez porque não seja isso a minha perfeição, a minha perfeição olha me todos os dias, a minha perfeição está tão perta quanto longe, a minha perfeição é como o censo comum dita "impossivel".
É isto, é isto que eu descobri, algo que ainda mal sei, encontrei aquilo que sempre procurara e agora, agora só penso que mal ou bem, é a perfeição, é o inalcansavel, ela é a teoria da noite, ela é mais que alguma coisa ja alguma vez foi, esperança de tudo, o opaco, diante dela tudo se torna translucido, tudo se torna banal como o perfeito que ela é.
Elá é a esperança que nunca esquecerei, aquilo que sempre quis, aquilo que nunca terei.